Uma surpresa de Natal - Parte Um

Darien estava contente com os últimos acontecimentos do colégio; a resposta que sua mãe lhe dera para saber que o menino iria vê-la no Natal foi realmente muito diferente; era uma resposta doce, continha muito mais do que o seco "TUDO BEM" habitual, e, inclusive, algumas linhas extras estavam escritas.

Darien não tardou em pensar onde Sam iria para o feriado, e lamentou que ela não fosse para a Noruega também. Sam estava se tornando uma amiga muito especial para o rapaz. E ver alguém da escola por perto poderia fazer bem a ele, caso algo de estranho, ou melhor, de provável, acontecesse, já que iria estar com a mãe e com Lars.

Embora Darien tivesse gostado do namorado da mãe, sentia uma espécie de repulsa por qualquer um que pudesse se relacionar romanticamente com namorar a mãe.

-Sabe Jamal, acho que minha mãe está armando alguma coisa.- dizia Darien ao inseparável amigo, enquanto arrumava as malas.

-Por que você diz isso, Darien? Só por uma reposta vinda em um pergaminho??? - Jamal o argumentara.

-Com certeza! Conheço muito bem a mãe que tenho e sei que ela não estaria tão moleza assim senão tivesse coisa por trás!... - Darien pegava alguns casacos e os colocava dobrados na mala, em Thomdreim nesta época fazia bastante frio, mais do que o habitual - Só não espero que algo de pior aconteça, como...

-Ela se casar!?

Realmente, era isso o que Darien iria dizer, mas Jamal o interrompera antes. O azulado sentia um medo incontestável em perder a mãe, embora já a tinha perdido, pois a mesma era muito ausente em sua vida. Mas ele preferia vê-la, ainda, ao lado do pai, mesmo sabendo que entre Becky e François não haveria nada além de uma fria e distanciada amizade de ex-casados.

-Valha-me!!! Por Merlin isso não pode acontecer... - Darien agora coçava a cabeleira azul, deixando alguns fios caírem sobre a cama - Não mesmo, o que seria de mim Jamal? Sem mãe?

-Deixe de ser dramático! A mãe sempre será sua, o que muda é que você terá um padrasto.. Sua mãe você nunca vai perder; e se caso isso ocorrer, eu...

Jamal fôra cortado por Serena, a coruja de Darien. O animal trazia junto ao bico um pergaminho já conhecido pelo menino, de cor salmão, ou seja, só poderia ser da mãe. Ele ficou amedrontado, será que ela não o queria mais para o Natal? Darien não demorou a ler atenciosamente o que dizia. Não era nada importante, não para nós. Mas para aquele menino da Corvinal, cuja mãe era ausente e fria, receber dois pergaminhos em menos de um mês era um completo milagre; milagre ainda maior era que em ambas cartas o teor doce e amável exalavam dos papéis. Darien temia pelo pior.

-Viu, Jamal. Aí tem coisa, ela me enviou um pergaminho dizendo que está ansiosa com a minha chegada! Mas pôxa ela sabe que amanhã estaremos juntos. E minha mãe nunca me pareceu tão doce assim com as palavras, principalmente comigo.

-Acho que você está é desacostumado com alguém te dando um carinho... Afinal, só mesmo Sam parece se preocupar com você. Mas não é só ela. Você tem outras pessoas, como seu pai, sua avô, sua mãe, que mesmo fria se preocupa da maneira dela, e... - Jamal ficou sem graça ao dizer, mas disse - eu. Saiba que você é um irmão que eu nunca tive.

-Sei disso! Mas mesmo assim, mamãe está estranha. Posso sentir isso.

-Faremos assim, se algo que não te agrade acontecer por lá, você me envia uma coruja, daí ou eu te respondo às pressas, ou junto um grupo de busca aqui da Corvinal. Igual quando fizemos o plano contra os sonserinos.

Os dois amigos riram-se, nunca Darien sentia tanto medo em ir ver a mãe... Queria, por vezes, receber uma carta dizendo que a mesma havia se mudado, ou que o dissesse para não ir para a Noruega; seria menos doloroso do que a notícia que o menino pressentia receber.

Na manhã seguinte, tomado o seu lanche matinal, Darien correu à entrada de Hogwarts, afim de arrumar-se para a viagem a Thomdreim. Ele sabia que muito o esperava neste feriado de Natal, não estava muito a fim de tentar descobrir o quê, preferia deixar as coisas fluírem, irem andando sozinhas, sem interrupções adivinhativas.

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Uma surpresa ao Natal - Parte Final

A viagem para Thomdreim não foi muito longa, apenas um pouco cansativa, Darien não estava habituado à rede do Flu, e Becky poderia muito bem ter ido buscar o menino, mas, como de costume, mostrou-se ausente para o filho.
Assim que chegou à casa da mãe Darien reparou que algumas coisas haviam mudado por ali, as paredes foram pintadas, não em tons escuros, mas em cores vibrantes, o que para Darien era uma novidade completa, pois a mãe preferia cores mais frias, como um azul escuro ou cinza...
Lars chegaria a qualquer momento, e isso o corvinal de cabelos azuis temia, embora prezasse a companhia do... padrasto. Ele sentia ciúmes de sua mãe, embora Becky não tomasse parte da maioria dos acontecimentos da vida do filho.

Oi mãe! Quanto tempo sem nos vermos... - Darien olhava à mãe profundamente nos olhos, sabia que algo inesperado o aguardaria nessas férias de Natal.

Oi meu filho querido! Sim, muito tempo passou e pouco nos vemos... sim, sim, espere Lars chegar que iremos tomar a janta juntos, tenho novidades, mas não me force contá-las agora! Esperemos pela chegada dele!

O garoto sentia o estômago remoer seriamente, não era necessário nenhum dom especial, nem mesmo ser a professora Trelawney para pressentir algo que não o faria gostar muito da conversa.

Darien preferiu, por este primeiro dia, deitar-se em seu quarto para descansar um pouco, ainda era tarde e o céu fora de casa estava bastante escuro, uma coisa comum já que estava Inverno e na Noruega quase estamos na ponta superior do planeta

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O menino de cabelos azuis mal tinha despertado de uma soneca rápida e bem sucedida, quando pôde ouvir a voz do padrasto chegando. Lars trabalhava no ministério Bruxo da Noruega, em Oslo, enfrentava uma pequena viagem de míseros 20 minutos, pois fazia integrações em pontos distintos, devido à rede do Flu estar incompleta na Noruega.

Oi Lars! COmo vão as coisas? - Disparou o menino

Hallo, Darrien! Éstou muito bem e voce?

Indo, na verdade estou um pouco melhor do que há alguns meses atrás; minha mãe deve ter lhe contado as novidades.

Sim, querido, comentei com Lars sobre a fuga... mas deixemos isso para depois, afinal é noite de Natal e temos várias coisas para comemorar... Lars, você ou eu contaremos a ele?

Contar o quê? Vai se mudar de novo e quer que eu vá para Durmstrang? - Darien pressentia algo no ar, mar preferia não pensar na real possibilidade, no casamento da mãe com o norueguês.

Non, Darrien! Na verdade querremos que voce continue em "Ogwarrts"... É uma outra coisa que temos a te contar... Becky eu prefiro que você conte, afinal o filho é seu...

Sim, sim eu conto... Mas vamos nos aprontarmos para o jantar, os nossos convidados chegarão a qualquer momento; Darien querido, não se anseie muito, não é nada que você nunca tenha imaginado.


O jeito doce de falar de Becky fazia o menino estremecer ainda mais, preferiu obedecer à mãe, subir e aprontar-se para a sua sentença. O corvinal exagerava um pouco, afinal Becky e François não se davam muito bem, mal se falaram depois do divórcio, estava certo já que cada um deveria procurar o seu outro lado da panela. E assim Darien o fez...

Oh! Entre, que prazer em ver a todos!- Becky dizia a alguns convidados que entravam, pela aparência do rosto e cor dos cabelos pareciam ser parentes de Lars- Aquele ali é o meu filho, Darien. Ele veio de Hogwarts para passarmos todo juntos este Natal, e, é claro, contarmos de uma única vez a nossa novidade

Becky dissera segurando as mãos de Lars mais forte. Não era preciso de mais nada, era sim um casamento que aguardava aos dois. Dado o jantar de Natal, recheado de patos e bastante cerveja de uva, uma bebida quente com baixo teor alcóolico, permitida para menores. Iniciada a seção dos brindes, Becky fora a primeira a se pronunciar:

Como todos já sabem, Lars e eu estamos a um ano e meio juntos, e graças a Merlim nada de ruim aconteceu conosco, exceto uma gripe que ele teve, mas foi coisa boba.- Todos riram, exceto, obviamente, Darien - Então... Quero propor esse nosso primeiro brinde para o anúncio de nosso - Darien estremecia - casamento!

Droga! O garoto deixou escapar chamando a atenção de duas senhoras de cabelos rosas claros, gêmeas na certa!

Darien não quis fazer feio à mãe, muito menos a Lars, por isso prossegui presente ao jantar, sem sorrisos e sem encarar os dois ao mesmo tempo.


O dia seguinte ao Natal foi mais uma difícil tarefa para o menino, logo Darien forjou uma pergaminho falso, pedindo que comparecesse à escola, para o treino de Quadribol. A mãe não entendeu nada, nem Lars, mas ambos perceberam que Darien estava mais vulnerável a qualquer comentário sobre família, casa e viagens.